"Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?
R- São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada."
(O Livro dos Espíritos - Questão 114)
"Os Espíritos são classificados em ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado."
(O Livro dos Espíritos - Questão 96)
"As ordens ou graus de perfeição dos Espíritos são ilimitadas em número, porque entre elas não há linhas de demarcação traçadas como barreiras, de sorte que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. Todavia, considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, elas podem reduzir-se a três principais. Na primeira, colocar-se-ão os que atingiram a perfeição máxima: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda se encontram na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o que os caracteriza."
(O Livro dos Espíritos - Questão 97)
Ensina a Doutrina Espírita que Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem nenhum saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los de si. Nesta perfeição e que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.
Os Espíritos, portanto, não foram criados uns bons e outros maus. Todos tiveram como ponto de partida a simplicidade e a ignorância, chegando à perfeição por meio das provas que lhes são impostas por Deus para atingi-la. Essas provas são por eles enfrentadas durante as reencarnações, necessárias ao seu progresso.
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõe mais rapidamente e menos penosamente os primeiros degraus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrario, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação.
Deflui desses ensinos a importância do livre-arbítrio para a progressão dos Espíritos. Contudo, como poderiam esses Espíritos, em sua origem, quando ainda não possuem consciência de si mesmos, escolher entre o bem e o mal? Haveria neles algum princípio ou alguma tendência que os encaminhasse para um caminho em relação ao outro? Essa pergunta foi formulada por Kardec aos Espíritos Superiores, recebeu desses a seguinte resposta:
"O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não esta nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram."
Acrescentam os Espíritos Superiores que essas influências acompanham o Espirito até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistem de obsidiá-lo.
2 - Diferentes ordens de Espíritos. Escala Espírita.
Assinala o Codificador que a classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da natureza, como nas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem. Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme o ponto de vista donde se considere a questão. Dá-se aqui o que se dá com todos os sistemas de classificação científica, que podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência. Sejam, porém, quais forem, em nada alteram as bases da ciência.
Os Espíritos em geral, admitem três categorias principais, ou três grandes divisões. Essas três categorias podem ser subdivididas em classes, como veremos a seguir.
2.1 - Terceira Classe - Espíritos Imperfeitos
Décima Classe, Espíritos Impuros - São inclinados ao mal, de que fazem o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança a se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem à suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar-lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam . Alguns povos os arvoraram em divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demônios, maus gênios, Espíritos do mau.
Nona Classe, Espíritos Levianos - São ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, tragos, gnomos, diabretes.
Oitava Classe, Espíritos Pseudo-Sábios - Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém, creem saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem deles aparenta um cunho de seriedade, de natureza a iludir com respeito às suas capacidades e luzes.
Sétima Classe, Espíritos Neutros - Nem bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Pendem tanto para um como para o outro e não ultrapassam a condição comum da humanidade, quer no que concerne ao moral, quer no que toca à inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades.
Sexta Classe, Espíritos Batedores e Perturbadores - Estes Espíritos, propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas qualidades pessoais. Manifestam geralmente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc...
2.2 - Segunda ordem - Bons Espíritos
Quinta Classe, Espíritos Benévolos - A bondade é neles a qualidade dominante. Apraz-lhes prestar serviços aos homens e protegê-los. Limitados, porém, são os seus conhecimentos. Hão progredido mais no sentido moral do que no sentido intelectual.
Quarta Classe, Espíritos Sábios - Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm maior aptidão. Entretanto, só encaram a ciência do ponto de vista da sua utilidade e jamais dominados por quaisquer paixões próprias dos Espíritos Imperfeitos.
Terceira Classe, Espíritos de Sabedoria - As qualidades morais da ordem mais elevada são o que os caracteriza. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo reto sobre os homens e as coisas.
Segunda Classe, Espíritos Superiores - Esses em si reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala sempre a benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Afastam-se, porém, daqueles a quem só a curiosidade impele, ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem. Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição que a Humanidade pode aspirara neste mundo.
2.3 - Primeira Ordem - Espíritos Puros
Primeira Classe, Classe única - Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus. Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.
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