Quem, senão Deus,
criou obra tamanha,
O espaço e o tempo, as
amplidões e as eras,
Onde sem agitam
turbilhões de esferas,
Que a luz, a excelsa
luz, aquece e banha?
Quem, senão Ele, fez a
esfinge estranha
No segredo inviolável
das moneras,
No coração dos homens
e das feras,
No coração do mar e da
montanha?!
Deus!...somente o
Eterno, o Impenetrável,
Poderia criar o
imensurável
E o Universo infinito
criaria!....
Suprema paz, intérmina
piedade,
E que habita na eterna
claridade
Das torrentes da Luz e
da Harmonia!
Antero de
Quintal
(Parnaso de
Além Túmulo )
A inferioridade das faculdades do
homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da
humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições
lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento
penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e,
ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.
Quando dizemos que Deus é eterno,
infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom,
temos ideia completa de seus atributos?
A este questionamento de Allan
Kardec, responderam os Espíritos Superiores: “Do vosso ponto de vista, sim,
porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência
do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias
e sensações, não tem meios de exprimir.A razão, com efeito, vos diz que Deus
deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto se uma lhe faltasse,
ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por
conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar
isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa
conceber.
Deus é a suprema e soberana inteligência.
É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender
tudo o que existe.
“(402) Pobres homens, que pouco conheceis
dos mais simples fenômenos da vida! Julgai-vos sábios e, entretanto, vos
embaraçais com as coisas mais simples.
A de Deus, abrangendo
o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto
qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender
e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até o infinito.
Deus é eterno, isto é, não teve
começo e não terá fim Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não
sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido
criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos
um começo ou um fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e
capaz de lhe sobreviver, e assim por diante ao infinito.
Deus é imutável. Se estivesse
sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
Deus é imaterial, isto é, a sua
natureza difere de tudo que chamamos de matéria. De outro modo, não seria imutável,
pois estaria sujeito às transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável
pelos nossos sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos: a Mão de Deus, os
olhos de Deus, a boca de Deus, porque o homem nada mais conhecendo além de si
esmo, toma a si próprio por termos de comparação para tudo o que não compreende.
São ridículas essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião
de longas barbas envolto num manto. Tem o inconveniente de rebaixar o Ente
supremo até às mesquinhas proporções da humanidade. Daí emprestam-lhe as paixões
humanas e a fazerem-no um Deus colérico e cioso, não vai mais que um passo.
Deus é onipotente. Se não possuísse o
poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim
por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro
ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
Deus é soberanamente justo e bom. A
providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas,
como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça e
nem da sua bondade.O fato de infinita uma qualidade, exclui a possibilidade de
um qualidade contraria, porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser
infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade,
nem um ser infinitamente mau poderia conter a mais insignificante parcela de
bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de um negro absoluto com a
mais ligeira nuança de branco, nem um branco absoluto com a mais pequenina
mancha preta. Deus pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então,
não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas
as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria
estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente
bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria,
da sua bondade e da sua solicitude, concuir-se-á que, não podendo ser ao mesmo
tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser
infinitamente bom. A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto, se
ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstancia que
fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo
e consequentemente já não seria soberanamente bom.
Deus é infinitamente perfeito. É impossível
conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois
sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que
nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo. Sendo
infinitos, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição,
visto que, do contrario, não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. Se lhe
tirassem a qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não haveria Deus,
pois que poderia existir um ser mais perfeito.
Deus é único. A unicidade de Deus é consequência
do fato de serem infinitas as suas perfeições. Não poderia existir outro Deus,
salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que,
se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro,
subordinado ao poder desse outro e, então, não seria Deus. Se houvesse entre
ambos igualdade absoluta, isso equivaleria a existir de toda eternidade, um
mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto à
identidade, não haveria, em realidade, mais que um único Deus. Se cada um tivesse
atribuições especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas, então, não existiria
igualdade perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria autoridade soberana.
A mais elevada concepção de Deus que
podemos abrigar no Santuário do Espírito é aquela que Jesus nos apresentou, em
no-lo revelando Pai amoroso e justo, à espera dos nossos testemunhos de compreensão
e de amor.
Jesus não se sentou na praça publica
para explicar a natureza de Deus e, sim, chamou-lhe simplesmente de Nosso Pai,
indicando os deveres de amor e reverencia com que nos cabe contribuir na extensão
e no aperfeiçoamento da Obra divina.
Por este ensinamento, o Cristo nos esclarece
que todos somos irmãos, filhos de um pai só, que nos aguarda sempre, de braços
abertos, para a suprema felicidade no eterno bem!...
O Mestre queria dizer-nos que Deus,
acima de tudo é nosso Pai. Criador dos homens, das estrelas e das flores. Senhor
dos céus e da Terra. Para Ele, todos somos filhos abençoados. Com essa
afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que,
por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros... Na
condição de aprendizes do nosso Divino Mestre, devemos seguir-lhe o exemplo. Se
sentirmos Deus como Nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram
em toda a parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados,
mais cedo ou mais tarde. A vida só será realmente bela e gloriosa na Terra,
quando pudermos aceitar por nossa grande família a Humanidade inteira.
Em resumo, Deus não pode ser Deus, senão
sob a condição de que nenhum outro o ultrapasse, porquanto o ser que o
excedesse no que quer que fosse, ainda que apenas na grossura de um cabelo, é
que seria o verdadeiro Deus. Para que tal não se dê, indispensável se torna que
ele seja infinito em tudo. É assim que, comprovada pelas suas obras a existência
de Deus, por simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o
caracterizam.
Deus é pois, a inteligência suprema
e soberana, é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente
justo e bom, infinito em todas as perfeições e não pode ser diverso disso.
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