ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Módulo I – Introdução ao Estudo do Espiritismo
Principais pontos da Doutrina Espírita
Módulo I – Introdução ao Estudo do Espiritismo
Principais pontos da Doutrina Espírita
Allan
Kardec, na Introdução de O Livro dos Espíritos, item 6, trata dos pontos
principais dos ensinamentos transmitidos pelos Espíritos Superiores. Ressalta,
primeiramente, que : “Os seres que se comunicam designam-se, a si mesmos, como
o dissemos, sob o nome de Espíritos ou de Gênios, tendo pertencido, pelo menos
alguns, a homens que viveram na Terra. Eles constituem o mundo espiritual, como
nós constituímos, durante nossa vida, o mundo corporal.
Deus
é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
Criou
o universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e
imateriais.
Os
seres materiais constituem o mundo visível ou corporal; os seres imateriais, o
mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.
O
mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistindo e sobrevivendo
a tudo.
O
mundo corporal é apenas secundário, poderia deixar de existir ou nunca ter
existido, sem alterar a essência do mundo espírita.
Os
Espíritos vestem temporariamente um corpo material perecível, cuja destruição
pela morte lhes devolve a liberdade.
Entre
as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para
a encarnação dos Espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o
que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros.
A
alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
Há
três coisas no homem:
1ª) o corpo ou ser material
semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2ª) a alma ou ser imaterial, Espírito
encarnado no corpo;
3ª) o laço que une a alma ao corpo,
princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
Assim,
o homem tem duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos
quais tem os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos.
O
laço ou perispírito que une o corpo e o Espírito é uma espécie de envoltório
semimaterial. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro.
O
Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível
para nós no estado normal, mas que pode tornar-se algumas vezes visível e mesmo
tangível, como ocorre no fenômeno das aparições.
O
Espírito não é, portanto, um ser abstrato, indefinido, que somente o pensamento
pode conceber; é um ser real, definido, que, em alguns casos, pode ser
reconhecido, avaliado pelos sentidos da visão, da audição e do tato.
Os
Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais em poder,
inteligência, saber e nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos
superiores, que se distinguem dos outros por sua perfeição, seus conhecimentos,
sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e seu amor ao bem: são
os anjos ou Espíritos puros. Os das outras classes não atingiram ainda essa
perfeição; os das classes inferiores são inclinados à maioria das nossas paixões:
ao ódio, à inveja, ao ciúme, ao orgulho, etc. Eles se satisfazem no mal; entre
eles há os que não são nem muito bons nem muito maus, são mais trapaceiros e
importunos do que maus, a malícia e a irresponsabilidade parecem ser sua
diversão: são os Espíritos desajuizados ou levianos.
Os
Espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos melhoram ao passar pelos
diferentes graus da hierarquia espírita. Esse progresso ocorre pela encarnação,
que é imposta a alguns como expiação15 e a outros como missão. A vida material
é uma prova que devem suportar várias vezes, até que tenham atingido a
perfeição absoluta.
Ao
deixar o corpo, a alma retorna ao mundo dos Espíritos, de onde havia saído,
para recomeçar uma nova existência material, depois de um período mais ou menos
longo, durante o qual permanece no estado de Espírito errante.
O
Espírito deve passar por várias encarnações. Disso resulta que todos nós
tivemos muitas existências e que ainda teremos outras que,aos poucos, nos
aperfeiçoarão, seja na Terra, seja em outros mundos.
A
encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria um erro
acreditar que a alma ou o Espírito pudesse encarnar no corpo de um animal*.
As
diferentes existências corporais do Espírito são sempre progressivas e o
Espírito nunca retrocede, mas o tempo necessário para progredir depende dos
esforços de cada um para chegar à perfeição.
Os
Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do universo. Os Espíritos não
encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e localizada, estão
por todos os lugares no espaço e ao nosso lado, vendo-nos numa presença
contínua. É toda uma população invisível que se agita ao nosso redor.
Os
Espíritos exercem sobre o mundo moral e o mundo físico uma ação incessante.
Eles agem sobre a matéria e o pensamento e constituem uma das forças da
natureza, causa determinante de uma multidão de fenômenos até agora
inexplicável ou mal explicada e que apenas encontram esclarecimento racional no
Espiritismo.
As
relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos
atraem e estimulam para o bem, sustentando-nos nas provações da vida e
ajudando-nos a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos sugestionam
para o mal; é um prazer para eles nos ver fracassar e nos assemelharmos a eles.
As
comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas.
As
comunicações ocultas ocorrem pela influência boa ou má que exercem sobre nós
sem o sabermos; cabe ao nosso julgamento discernir as boas das más inspirações.
As comunicações ostensivas ocorrem por meio da escrita, da palavra ou outras
manifestações materiais, muitas vezes por médiuns que lhes servem de
instrumento.
Os
Espíritos se manifestam espontaneamente ou por evocação. Podem-se evocar todos os Espíritos, tanto
aqueles que animaram homens simples como os de personagens mais ilustres,
qualquer que seja a época em que viveram, os de nossos parentes, amigos ou
inimigos, e com isso obter, por meio das comunicações escritas ou verbais, conselhos,
ensinamentos sobre sua situação depois da morte, seus pensamentos a nosso
respeito, assim como as revelações que lhes são permitidas nos fazer.
Os
Espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pela natureza moral do ambiente
em que são evocados. Os Espíritos superiores se satisfazem com reuniões sérias
em que dominam o amor pelo bem e o desejo sincero de receber instrução e
aperfeiçoamento. A sua presença afasta os Espíritos inferiores que, caso
contrário, encontrariam aí livre acesso e poderiam agir com toda a liberdade
entre as pessoas levianas ou guiadas somente pela curiosidade. Em todos os
lugares onde se encontram maus instintos, longe de obter bons conselhos, ensinamentos
úteis, devem-se esperar apenas futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto ou
mistificações, visto que, freqüentemente, eles tomam emprestado nomes
veneráveis para melhor induzir ao erro.
Distinguir
os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos
superiores é constantemente digna, nobre, repleta da mais alta moralidade,
livre de toda paixão inferior; seus conselhos exaltam a sabedoria mais pura e
sempre têm por objetivo nosso aperfeiçoamento e o bem da humanidade. A
linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, muitas vezes
banal e até mesmo grosseira; se por vezes dizem coisas boas e verdadeiras,
dizem na maioria das vezes coisas falsas e absurdas por malícia ou por
ignorância.
Zombam
da credulidade e se divertem à custa daqueles que os interrogam ao incentivar a
vaidade, alimentando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as
comunicações sérias, no verdadeiro sentido da palavra, apenas acontecem nos
centros sérios, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de
pensamentos, visando ao bem.
A
moral dos Espíritos superiores se resume, como a de Cristo, neste ensinamento
evangélico: ‘Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem’, ou
seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra neste princípio a regra
universal de conduta, mesmo para as suas menores ações.
Eles
nos ensinam que o egoísmo, o orgulho e a sensualidade são paixões que nos
aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que se
desliga da matéria já neste mundo, desprezando as futilidades mundanas e amando
o próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve se
tornar útil segundo as capacidades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para
nos provar; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, pois
aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir seu semelhante
transgride a Lei de Deus. Enfim, ensinam que no mundo dos Espíritos nada pode
ser escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas baixezas
descobertas; que a presença inevitável, em todos os instantes, daqueles com
quem agimos mal é um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de
inferioridade e de superioridade dos Espíritos equivalem punições e prazeres
que desconhecemos na Terra.
Mas
também nos ensinam que não há faltas imperdoáveis que não possam ser apagadas
pela expiação. Pela reencarnação, nas sucessivas existências, mediante os seus
esforços e desejos de melhoria no caminho do progresso, o homem avança sempre e
alcança a perfeição, que é a sua destinação final.
Eis
os pontos principais da Doutrina Espírita.
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